terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Compostagem


    Conjunto de técnicas utilizadas para controlar a decomposição de materiais orgânicos, com a finalidade de obter, no menor tempo possível, um material estável, rico em húmus e nutrientes minerais; com atributos físicos, químicos e biológicos superiores (sob o aspecto agronômico) àqueles encontrados na matéria-prima original.

Materiais utilizados na compostagem 
- Dejetos de animais (estercos de galinha, gado, porco, carneiro, etc.);
- Cascas e bagaços de frutas;
- Resíduos de culturas (cascas de arroz, palha de milho, vagem seca de feijão, etc.);
- Folhas e ramos de mandioca, bananeira;
- Restos de capim (colonião, elefante, brachiara, quicuiu, etc).
- Serragem, restos de capina, aparas de grama, restos de folhas do jardim;
-Além desses materiais, também podem ser utilizados para enriquecer o adubo orgânico: farinha de osso, cinzas e terra vegetal.

Preparo da pilha de compostagem 
    A montagem da pilha ou leira é realizada alternando-se os diferentes tipos de resíduos em camadas com espessura em torno de 20 cm.
Por exemplo:
Forma-se uma camada com restos de capina, acompanhada por outra com cascas e bagaços de frutas, mais outra camada de resíduos de culturas, outra com dejetos de animais. A seguir adiciona-se uma camada de serragem e depois outra com cinzas farinha de ossos e terra vegetal, assim sucessivamente até esgotarem todos os materiais.


Temperatura do composto 
    Quanto a temperatura do composto, inicialmente aumenta até atingir em torno de 60 a 70°C. Com a decomposição dos materiais orgânicos a temperatura vai decrescendo, girando em torno de 40°C.


Controle da temperatura 
    Para se controlar a temperatura pode-se usar termômetro apropriado ou, de uma maneira mais rústica, introduz-se barras de ferro até o centro do composto. Essas devem ser tocadas periodicamente com a palma da mão. 
Caso o calor seja suportável ao toque, provavelmente se tem a temperatura ideal. Se a mão não suportar o toque, então é necessário revirar a leira. Se a barra de ferro estiver fria, não está ocorrendo a compostagem. Deve-se revirar o composto para promover aeração e reativação do processo de compostagem. 
Durante o reviramento se o composto estiver seco, deve-se umedecê-lo uniformemente.


Final da compostagem 
    O composto está pronto quando após o revolvimento da leira a temperatura não mais aumentar. Isso após 9 a 16 semanas, dependendo do material orgânico utilizado, das condições ambientais (no verão é mais rápido) e do cuidado no revolvimento constante e uniforme da leira. 
O material humificado (composto) se apresentará com cor marrom escura, homogêneo, sem restos vegetais e com relação C/N entre 10 e 15. 



segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Tipos de componentes orgânicos presentes no solo

  • Humos

Composição: Resíduo da degradação do apodrecimento de plantas, em grande parte  C, H e O.

Significado: Componente orgânico mais a abundante, melhora propriedade física do sol, troca de nutrientes, reservatório de N fixo.

  • Gorduras, resinas e ceras

Composição: extraído de lipídios através de solventes orgânicos.

Significado: Pequena parte da matéria orgânica do solo, pode afetar as propriedades físicas do solo repelindo água, pode ser fitotóxico.

  • Sacarídeos 

Composição: Celulose, amido, hemicelulose, gomas.

Significado: Principal fonte de alimento para microrganismos do solo, ajuda na estabilização de agregados do solo.

  • Nitrogênio orgânico

Composição: Nitrogênio ligado ao húmus, aminoácidos e outras composições.

Significado: Fornece nitrogênio para fertilidade do solo.

  • Compostos de fósforo

Composição: Éster fosfatos, inositol fosfatos (ácido fítico), fosfolipídios.


Significado: Fonte de fosfato para a planta.

Declínio da MO ao longo do tempo

Sistema de manejo do solo inadequado
Quando o manejo é inadequado é possível detectar sintomas como:

  • Baixa fertilidade
  • Excesso de revolvimento do solo
  • Baixa produção de resíduos
  • Erosão acelerada



Quando persistem no manejo, uso inadequado do solo e exploração agrícola, isso conduzirá a uma situação insustentável do ponto de vista econômico e ambiental.


Como acumular matéria orgânica

  A revegetação é a forma mais eficiente, embora mais lenta, de acumular matéria orgânica num solo. Entretanto, em solos degradados, a revegetação torna-se impraticável. Neste caso, o aporte de MO externa seria condição essencial para recuperar este solo. Produtos como lodo de esgoto doméstico e de indústria, subprodutos da indústria do carvão e, até mesmo, da propriedade rural como, estêrcos de gado, aves e suínos.
Esterco de gado e aves para matéria orgânica.

Lodo de esgoto para recuperação e fornecimento de matéria orgânica.

Importância da Matéria Orgânica

        A MO é a principal proteção à ação da erosão causada pela água, importante na formação e na estabilidade das partículas do solo, que são responsáveis pela estrutura do mesmo, além de permitir um melhor desenvolvimento do sistema radicular das plantas, fornecendo condições ótimas de aeração e umidade. Um solo bem estruturado resiste melhor à erosão, minimizando as perdas, e permitindo a melhor percolação da água através do seu perfil.




      A matéria orgânica dá vida ao solo. Sem MO, viva ou morta, o solo não tem condições de promover o desenvolvimento de uma lavoura. A MO, a partir das substância húmicas, mantém um solo bem estruturado e com uma distribuição equilibrada das partículas (areia, silte, argila), com o aparecimento de poros onde a água e o ar são armazenados, constituindo um meio ideal para o desenvolvimento do sistema radicular, e das plantas. Através dos ácidos fúlvicos, a matéria orgânica aumenta a CTC do solo proporcionando uma maior retenção de cátions, como K, Ca, Mg, evitando que sejam lixiviados, e suprindo as plantas de nutrientes, através da solução do solo.

Segue em anexo um link para visualização de um vídeo explicando como evitar a perda da M.O e sua importância.

Fatores que contribuem para as perdas de matéria orgânica do solo

Clima - a MO decompõe-se mais rapidamente quando as temperaturas são elevadas. Por isto é que os solos do clima quente contêm menos MO que aqueles do clima mais frio.

Textura do solo - os solos com textura fina contêm mais MO. Eles têm uma melhor retenção de água e de nutrientes fornecendo condições ideais para o desenvolvimento das plantas. Já os solos grosseiros são mais arejados e com uma decomposição mais rápida da MO, pela presença do oxigênio.

Drenagem - nos solos úmidos, por apresentarem menos oxigênio, dificultam a decomposição da MO que vai se acumulando.

Mobilização do solo - na mobilização do solo, a terra mistura o oxigênio do solo aumentando a temperatura média e acelerando a decomposição da matéria orgânica. A remoção das camadas superficiais e de húmus, pela ação da erosão, provoca perdas de MO.


Vegetação - as raízes das plantas são as grandes formadoras de MO do solo, pois se decompõem à profundidades maiores.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Métodos de determinação do teor de matéria orgânica no solo

  • Calcinação: utiliza a gravimetria como forma de determinar o carbono orgânico, possui problemas inerentes ao seu princípio, uma vez que a temperatura alta pode provocar perdas de água estrutural (componente da estrutura dos minerais do solo). Tal fato pode causar uma superestimação do carbono orgânico do solo. Outra possível fonte de variação é a perda de compostos inorgânicos, pela calcinação em temperaturas mais elevadas, como por exemplo, da gibbsita, o que também pode provocar a superestimação do carbono, em maior ou menor escala, dependendo da mineralogia do solo.
  • Método Walkley-Black: consiste na ação oxidante do dicromato de potássio sobre a matéria orgânica do solo, em presença de ácido sulfúrico, durante a reação exotérmica , e titulação do excesso com sulfato ferroso amoniacal. O ponto final é reconhecido pela transformação ocorrida no indicador difenilamina, que se oxida até o aparecimento de coloração verde-forte.
  • Analise estatística: são coletadas Amostras para análise química do solo e os resultados são analisados estatisticamente por meio da aplicação de análise de variância , considerando o delineamento experimental inteiramente ao acaso e como fator de variação os sistemas de preparo do solo (semeadura direta, plantio escarificado e plantio convencional).
  • Método do analisador elementar: Este método baseia-se no principio de quantificar o COdesprendido a partir da combustão de amostra de solo sólido usando O2 atmosférico a temperaturas superiores a 950 graus. Um catalizador converte o CO a COe sua quantificação é feita por meio de um detector infravermelho.
  • Método de extração por pirofosfato de sódio O método por pirofosfato de sódio foi desenvolvido por Defelipo (1981). Consiste na determinação do carbono do solo nos extratos com pirofosfato e se realiza de forma análoga ao método de Walkley-Black, com algumas variações. Aplicável a solos ricos em matéria orgânica (acima de 3%). É um método utilizado em solos de carga variável e pobres em bases como os Latossolos, pois o ânion pirofosfato rompe as pontes catiônicas (predominantes nos solos de carga permanente) ao complexar os materiais responsáveis pela interação com a matéria orgânica. O procedimento ocorre através da utilização do extrato do pirofosfato de sódio.